Em pleno século XXI, às vezes, esquecemos que há pessoas que passam a vida rezando por nós.
Um dia na vida de uma religiosa de clausura no Vaticano
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 2 de dezembro de 2009 (ZENIT.org).- Com uma jornada que começa às 5h20 e finaliza às 21h30, sete irmãs da Visitação chegaram para ocupar o mosteiro Mater Ecclesiae do Vaticano, desde outubro.
Este convento nasceu no dia 13 de maio de 1994, da ideia de João Paulo II de criar uma comunidade monástica de religiosas contemplativas dentro dos muros vaticanos para acompanhar, com sua oração, a atividade do Santo Padre e dos seus colaboradores da Cúria Romana.
O convento é ocupado a cada 5 anos por uma comunidade diferente. Já passaram por ele carmelitas, beneditinas e clarissas.
"Acolhemos esta tarefa como um dom singular do Senhor", assegura a superiora da comunidade, María Begoña Sancho Herreros, em uma entrevista ao L'Osservtore Romano hoje.
"Somos conscientes de que não estamos preparadas para uma experiência tão especial. Como se trata de um dom de Deus, buscaremos que Ele mesmo nos sustente", disse.
Um dia no Mater Ecclesiae
As irmãs dedicam grande parte do dia à oração: liturgia das horas, missa, adoração ao Santíssimo, rosário em comunidade, leitura espiritual e meditação de temas espirituais.
Também contam com dois momentos chamados "de obediência", para as eventuais comunicações à comunidade por parte da superiora. Dedicam algumas horas a diversos trabalhos, de acordo com suas próprias responsabilidades.
Têm momentos de descanso e recreação depois do almoço e do jantar. Realizam diariamente seu exame de consciência e concluem o dia com a oração das completas.
A irmã María afirma que tanto ela como sua comunidade descobrem uma missão específica dentro do Ano Sacerdotal: "Acolhê-los (os sacerdotes) quando vêm pedir orações ou contar-nos suas dificuldades".
Garante que cada dia fazem uma oração especial por eles: "Pelos santos, pelos que são menos fervorosos, por aqueles que sofrem ou são tentados, pelos que nos ajudam com sua vida exemplar, administrando os sacramentos".
Inspiradas por São Francisco de Sales
As Irmãs da Visitação procuram ser fiéis ao carisma do seu fundador, São Francisco de Sales (1567-1622), que queria "que se substituísse a penitência exterior pela renúncia interior".
A superiora recordou que o santo pedia em seus escritos: "A congregação não pretende outra coisa a não ser formar almas humildes" e "a característica das Filhas da Visitação é a de ver a vontade de Deus em tudo e segui-la".
A superiora do Mater Ecclesiae, que desempenhou este mesmo cargo no mosteiro de Burgos (Espanha), é religiosa há 30 anos. Durante esta entrevista, ela fez algumas confissões: "Conforta-me saber que minhas orações e meu sacrifício recaem em benefício da Igreja e do mundo, que Deus se utiliza disso para aproximar os homens do seu coração".
E, ao recordar um pouco da história da sua vocação, exclama: "De quantas graças eu teria me privado se tivesse dito `não' ao Senhor!".
Igualmente, referiu-se ao seu amor a Maria, que para ela é indispensável para sua missão: "Há muitos anos, fiz um pacto com Ela, oferecendo-lhe tudo o que eu tinha para que Ela o apresentasse ao Senhor e lhe pedisse o que Ela sabe que preciso".
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